Medicamentos tóxicos para gatos

O aumento do interesse da população em adoção de felinos como pet no Brasil, promoveu uma aproximação de gatos com os seres humanos, porém, a falta de conhecimento do proprietário quanto às particulares felinas pode favorecer a ocorrência de intoxicações.De acordo com os registros encontrados na SINITOX/FIOCRUZ a intoxicação por medicamentos em animais domésticos no Brasil é a segunda mais comum existente; pesquisas como a intitulada “Prevalência de intoxicações de cães e gatos em Curitiba” por Hansen (2006); constatou que medicamentos são a segunda maior fonte de intoxicação para os cães e a primeira para os gatos.

Os medicamentos de uso humano, são a principal causa de tais intoxicações, devido às diferenças em relação à metabolismo e posologia, pois, a farmacodinâmica no corpo do animal se altera, podendo causar danos imensuráveis à saúde dos pets. Os fármacos mais comuns nesses casos de intoxicação na rotina são os mesmos mais utilizados diariamente: dipirona, diclofenaco, ibuprofeno, paracetamol e outros anti-inflamatórios não esteroidais.

Exemplificando um pouco mais, é possível observar que a dipirona, que possui efeito analgésico, antipirético e espasmódico, logo, deve ser administrada com cautela em felinos, já que sua metabolização é lenta, em excesso, como em doses do medicamento para humanos, ela causa a intoxicação, sendo os sintomas mais comuns: vômitos (êmese), prostração, aparecimento de sangue na urina, falta de coordenação motora e hipotermia.

O remédio diclofenaco, por sua vez, pode causar problemas gastrointestinais, como úlceras agudas e perfuração estomacal, fazendo com que os animais apresentem êmese com sangue, fezes enegrecidas e mal cheirosas, prostração e consequentemente anorexia.

Já o paracetamol, é um dos maiores possíveis causadores de intoxicação em felinos, porque estes apresentam deficiência na atividade não apenas de enzimas da família glicuroniltransferase, mas também nas vias de sulfatação, o que favorece a formação de metabólitos reativos envolvidos na sua toxicidade, como a necrose hepática, que é responsável por sinais clínicos como: icterícia, cianose (coloração azulada na pele), edema da face e membros, taquipneia e dispneia. 

Por fim, o ibuprofeno, sendo ele um anti inflamatório não esteroidal, também pode causar úlceras e complicações gastrointestinais pois, no geral, os gatos possuem baixa tolerância a essa classe de medicamentos. 

O principal relato do incentivo dos tutores a expor os animais a estes medicamentos é a tentativa de aliviar sintomas e dores nos animais de forma independente, o que acaba causando um dano ainda maior na saúde do felino. Dessa maneira, é necessário relembrar que para qualquer conduta médica é necessário acompanhamento veterinário.

Referências:

CAZOTO Gomes Raquel;PAULA de Freitas Júlia;LIMA Rodrigues Lucas;SPINOZA Souza Helenice; Intoxicação em gatos atendidos em um hospital veterinário na cidade de São Paulo: análise retrospectiva 2010-2021;Revista m&z; São Paulo 2021. 

disponível em: 

https://www.revistamvez-crmvsp.com.br/index.php/recmvz/article/download/38329/42761/

SILVA Ricardo Dierly; SILVA Sandra Cristiane; FREQUÊNCIA DE INTOXICAÇÃO EM ANIMAIS DE PEQUENO PORTE EM UMA CLÍNICA VETERINÁRIA DA CIDADE DE PATOS DE MINAS – MG: ANÁLISE SOBRE A QUANTIFICAÇÃO DOS ATENDIMENTOS NO ANO DE 2021; GETEC, v.11, n.35, p.29-49/2022.

disponível em: 

https://revistas.fucamp.edu.br/index.php/getec/article/download/2716/1701

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